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Mariana morreu por negligência da Saúde de Peabiru, acusa mãe, que pede justiça

 


Mariana Emanuela Lauriano da Silva, tinha 21 anos. Após passar mal na terça-feira passada, sua mãe iniciou uma verdadeira luta pela vida da filha, com idas e vindas no Posto de Saúde 24 Horas de Peabiru, cidade em que moram.

No entanto, a mãe Solange Lauriano disse que por negligência médica, a filha acabou morrendo na madrugada de sábado para domingo. Atestado de óbito aponta como causa da morte uma infecção generalizada no abdômen por conta de uma perfuração no estômago.

A mãe relata que a filha começou a sentir fortíssimas dores na manhã de terça-feira, 27, quando ela a levou até o Posto de Saúde 24 Horas. “Chegamos às 7h no posto. Minha filha sentia fortes dores no abdômen, mas mesmo assim seguraram ela o dia todo no posto e só a liberaram perto da meia-noite para voltar para casa, após medicação com morfina”, relata a mãe.

No dia seguinte, como a dor não passava, Mariana foi levada novamente para a unidade de saúde pela mãe. No entanto, Solange diz que houve novo descaso com o atendimento da filha, pois ela foi mandada novamente para casa, após ser medicada.

“Voltamos para casa, mas o quadro só piorava. Às 13h30 retornei com ela ao posto, já desacordada. O enfermeiro que nos atendeu demonstrou muita empatia, dizendo que faria de tudo para salvar a Mariana. Ele chamou a médica de plantão por três vezes, mas ela não veio. O próprio enfermeiro disse que ela poderia estar com uma hemorragia interna e que precisava ser transferida para Campo Mourão. Sem apoio da médica, ele mesmo passou a sonda e constatou a hemorragia. O enfermeiro ainda lamentou o descaso da Saúde, dizendo que ia pedir a conta porque já era o terceiro caso de negligência em sete dias no posto de saúde”, lamentou Solange.

A médica, segundo Solange, só apareceu após o enfermeiro ter feito o trabalho dela. “Um abuso, se é uma urgência ou emergência o médico precisa ficar a postos 24 horas, o paciente não pode esperar”, desabafa, afirmando que a médica declarou que o local não tinha estrutura para o atendimento, mas que também não a encaminhou para Campo Mourão. A transferência foi feita pelo próprio enfermeiro. “Ela ia medicar e mandar minha filha de volta para casa.”

Após o enfermeiro conseguir vaga no hospital Pronto Socorro de Campo Mourão, Mariana foi encaminhada pelo Samu, já por volta das 15h. “Minha filha já estava desfalecida, parecendo morta. Ela permaneceu internada na UTI do Pronto Socorro até a madrugada de sábado, quando acabou morrendo”, relata a mãe, que pede justiça.

“Esse tipo de descaso acontece porque a gente é pobre. Se fosse rico era atendido rápido. Quero justiça para evitar que outras pessoas passem pelo que passei. Minha filha tinha 21 anos e deixa um filho de quatro anos. Além disso, era ela que cuidava do irmão cadeirante. Ela era tudo para mim”, lamenta Solange.

Ainda sobre a desorganização na unidade de saúde, a mulher disse que até mesmo para pegar o prontuário para transferência a Campo Mourão um enfermeiro teve que arrombar a porta da sala de agendamentos. Isso porque a pessoa responsável estava em Campo Mourão e havia levado a chave.

Procurada pela reportagem do Tasabendo.com, a secretária da Saúde de Peabiru, Valeska Alves informou que só vai se pronunciar sobre o acaso após tomar conhecimento dos fatos. No entanto, assegurou que a denúncia será investigada e, caso comprovado, medidas administrativas serão tomadas.

Fonte: Tá Sabendo

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