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Na pandemia, artista de rua “dança conforme a música”, em C. Mourão

 

A pandemia da covid-19 deixou muita gente desempregada e tem obrigado as pessoas a se reinventar para garantir uma renda extra. E foi assim, se reinventando e aproveitando o próprio talento com sua sanfona, que Sebastião Correia dos Santos, 52 anos, se tornou artista de rua, em Campo Mourão.

E é abraçado com a gaita, que ele vai quase todos os dias ao semáforo da avenida Miguel Luiz Pereira, que dá acesso ao Lar Paraná, onde mostra todo seu talento aos motoristas enquanto o sinal está no vermelho. O sinal fecha, e Sebastião abre a sanfona. “Foi a ideia que tive para manter a renda em casa”, conta ele.

Casado e pai de quatro filhos, Correia ainda mantém um neto em casa, no jardim Santa Cruz. A profissão de servente de pedreiro, que exercia, ele precisou abandonar por um problema sério na coluna.

“Por ser um serviço pesado, não conseguia mais trabalhar. Doía demais a coluna e meu braço. Até para tocar a sanfona ainda sofro com o braço. No início, até achei que não ia conseguir tocar no semáforo”, revela o artista.

O dom, ele conta que surgiu ainda na juventude, enquanto morava no sítio. Aos 17 anos, aprendeu a tocar sanfona, com a qual animou muitos bailes. “Na época tocava baile no sitio, com alguns amigos, mas depois parei porque não dava dinheiro”, explica.

No entanto, ao perceber que não conseguia mais trabalhar e com o início da pandemia, o jeito foi retomar a música. Mas como já havia vendido sua sanfona, ele emprestou o instrumento de um amigo e começou a tocar na rua. “Foi uma experiência boa e como vi que as pessoas gostavam, pediam música e até dançavam no carro, logo já tirei o dinheiro para comprar uma outra. Paguei R$ 4 mil, valor que ganhei tocando no semáforo”, comemora.

O pouco tempo que dispõe para mostrar seu talento – cerca de 40 segundos – enquanto o sinal está fechado, não é suficiente para tocar uma música inteira, mas a maioria das pessoas se encanta com seu talento e determinação.

“Merece uns trocados sim, toca muito bem. Além disso, a sanfona é um instrumento pesado, precisa ter força de vontade”, apoiou um motorista, que precisou acelerar, sem tempo de se identificar à reportagem. Mas o trocado não faltou ao artista.

Correia está animado. Não revelou quanto ganha, mas afirma que tem sido suficiente para manter a família. “Alguns dão R$ 0.50, mas outros deixam R$ 10,00 ou R$ 20,00. Ajuda muito. A gente que tem uma família precisa se virar para cuidar, não dá para ficar parado.”

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